O Presidente
Bill Très
Fico contente que cê sairá em turnê brasilêra pra vê o PAC. Tô lembrando aqui da tua visita aqui em Curitiba pro lançamento do tal plano em julho passado. Aliáis, já era hora né? Num tempão desses já deve de tá tudo pronto! Desculpa eu, mas cê sabe que não ligo muito nesses assunto. Pena que as instalação não tejem na tua altura, senão seria feio o sinhor pagá pra ficar nalgum hotel invés de ficar num dos nosso assentamento. Ó, só não esquenta a piruca que pelo menos aquela carninha cê vem comê com nóis! E pode dexá a cartêra em casa, num precisa de dinhêro nem cartão, é só pulá a cerca e pegá no pasto do vizinho! Aqui num tem imbargo nem casêro! Maravía!
Boa viage!
Uta Apertado!
A caminho de Praga! Sim, sim, e aos doze dias do mês de fevereiro do ano que vem a checa Silvia Saint completa a idade de Cristo quando morreu [enquanto isso Demi Moore reclama da falta de papéis de efeito no cinema para atrizes quarentonas].
Fui contratada para um show particular com minhas meninas na Casa Dançante, volto na próxima quarta.
Um beijo e me liga!
O Presidente
Bill Très
Ok! Ok! Assisti o tal filme e, sinceramente, antes de vê-lo não fazia a mínima idéia de como seria e também que ele me motivaria uma postagem. Destarte, nem sei se devo ou como fazê-lo, mas gostaria de me desculpar à pessoa que me indicou o filme: não me leve a mal, amo você demais da conta e você sabe disso! Continuas sendo minha paranóica preferida! [falando nisso, nada de surto com relação à minha opinião, please!]
Vamos a la película: De maneira geral achei uma porcaria! Blasfêmia seria a palavra correta. Qualquer coisa de High School Musical auto-intitulado de "ao mesmo tempo ousado, divertido e incrivelmente dramático". Incrivelmente dramático?? Pra cima de moi?? Não, não!! Poupe-me!! Água-com-pouco-açúcar do início ao fim com uma pequena tentativa de viagem lisérgica no meio [tá legal, até gostei de 'Being for the benefit of Mr. Kite!', mas Bono Vox pagando de Dr. Robert forçou a barra hein.. Só por estar com um pezinho ali na ONU e o filme ter como trama o contexto da guerra do Vietnã?? Será?? Particularmente eu escolheria alguém como Eddie Vedder, mas como o clima é High School Musical deixa o Bono mesmo..].
Bom, a trilha sonora é fraquinha - estranho dizer isso sendo só Beatles, porém, esse é o motivo de eu chamar de blasfêmia -, o Tuchê o e Dimi fizeram melhor - e certamente foram menos aclamados que esse filme. Joe Cocker em 'Come together' foi legal, assim como o riff à
Troféu descarga também pros "clichês bastante óbvios" [redundante dizer isso, né?]: aquelas tiradinhas 'when I'm sixty-four', 'she came in through the bathroom window' e Maxwell "consertando" o ventilador à marteladas doeu.. Desnecessário!
Personagens: concordo que a Sadie seja sexy, mas dar uma de Joplin e roof top concert foi de cagar; Jojo tem mesmo pinta de guitarrista embora esteja mais pra Lenny Kravitz que Hendrix; Prudence é dear e nem toda prudente; Lucy e Jude são bonitinhos, total estereótipos; Max, se dublar e se esforçar, pode encarnar Kurt Cobain em alguma vídeo-biografia.
Não gostei do roteiro e também não vou me estender muito pra falar dele. Cabe perfeitamente Beatles, guerra e contracultura tudo junto. Não que a trama tenha sido mal amarrada, só ficou beeeeem razoável [isso pra não utilizar novamente meu 'rasoável'].
O que deu pra curtir foram alguns takes como o da praia com o farol, uma cena de Jude atravessando a rua [rsrsrsrs], aquela parte do final com um naviozão, a referência à Magritte em 'Dear prudence', e eu gostei muito dos morangos fincados e sangrando. Ah!, esbocei um sorriso na hora em que eles chegam no quarto e vão até a janela apreciar a vista.
Não quero engessar aqui minha idéia sobre musicais só que depois desta exibição concluo [não pela primeira vez] que não gosto do gênero.
Se te queres matar, porque não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por actores de convenções e poses determinadas,
O circo polícromo do nosso dinamismo sem fim?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!
Fazes falta? Ó sombra fútil chamada gente!
Ninguém faz falta; não fazes falta a ninguém...
Sem ti correrá tudo sem ti.
Talvez seja pior para outros existires que matares-te...
Talvez peses mais durando, que deixando de durar...
A mágoa dos outros?...
Tens remorso adiantado de que te chorem?
Descansa: pouco te chorarão...
O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco,
Quando não são de coisas nossas,
Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte,
Porque é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...
Primeiro é a angústia, a surpresa da vinda
Do mistério e da falta da tua vida falada...
Depois o horror do caixão visível e material,
E os homens de preto que exercem a profissão de estar ali.
Depois a família a velar, inconsolável e contando anedotas,
Lamentando a pena de teres morrido,
E tu mera causa ocasional daquela carpidação,
Tu verdadeiramente morto, muito mais morto que calculas...
Muito mais morto aqui que calculas,
Mesmo que estejas muito mais vivo além...
Depois a trágica retirada para o jazigo ou a cova,
E depois o princípio da morte da tua memória.
Há primeiro em todos um alívio
Da tragédia um pouco maçadora de teres morrido...
Depois a conversa aligeira-se quotidianamente,
E a vida de todos os dias retoma o seu dia...
Depois, lentamente esqueceste.
Só és lembrado em duas datas, aniversariamente:
Quando faz anos que nasceste, quando faz anos que morreste;
Mais nada, mais nada, absolutamente mais nada.
Duas vezes no ano pensam em ti.
Duas vezes no ano suspiram por ti os que te amaram,
E uma ou outra vez suspiram se por acaso se fala em ti.
Encara-te a frio, e encara a frio o que somos...
Se queres matar-te, mata-te...
Não tenhas escrúpulos morais, receios de inteligência!...
Que escrúpulos ou receios tem a mecânica da vida?
Que escrúpulos químicos tem o impulso que gera
As seivas, e a circulação do sangue, e o amor?
Que memória dos outros tem o ritmo alegre da vida?
Ah, pobre vaidade de carne e osso chamada homem.
Não vês que não tens importância absolutamente nenhuma?
És importante para ti, porque é a ti que te sentes.
És tudo para ti, porque para ti és o universo,
E o próprio universo e os outros
Satélites da tua subjectividade objectiva.
És importante para ti porque só tu és importante para ti.
E se és assim, ó mito, não serão os outros assim?
Tens, como Hamlet, o pavor do desconhecido?
Mas o que é conhecido? O que é que tu conheces,
Para que chames desconhecido a qualquer coisa em especial?
Tens, como Falstaff, o amor gorduroso da vida?
Se assim a amas materialmente, ama-a ainda mais materialmente:
Torna-te parte carnal da terra e das coisas!
Dispersa-te, sistema físico-químico
De células nocturnamente conscientes
Pela nocturna consciência da inconsciência dos corpos,
Pelo grande cobertor não-cobrindo-nada das aparências,
Pela relva e a erva da proliferação dos seres,
Pela névoa atómica das coisas,
Pelas paredes turbilhonantes
Do vácuo dinâmico do mundo...
[Salve Álvaro de Campos! Salve Paulo Autran!]
Faz muito tempo que pouco se fala sobre muito. Algo escapa aos olhos e ouvidos até mesmo dos mais atentos - e cadê o que não escapa? Pois é, há quem diga que o pior cego é o que não quer ver.. Será que é simples assim? Tenho minhas dúvidas. Porém não serei tão contundente de sair daqui disparando pra todo lado, faço pior, [otário que sou] atiro prum lado só! Quanto vale saber? Quero dizer, afinal de contas: pra quê? Sejamos rasoáveis [sim! com 's', pois com 'z' você acaba ultrapassando a linha do medíocre. E nada de 'cale-se! cale-se! cale-se! você me deixa louco!' É preciso afinco e determinação no 'isso, isso, isso' e no 'pois é, pois é, pois é..']
Falando em engolir sapo, [eu, muito curioso que sou] aprendi uma coisinha com um tal de Heitor De Paola. Diz ele na introdução de um de seus artigos: "Experimentem colocar uma rã numa panela com água fervendo. Ela vai pular fora e se safar! Agora, coloquem a mesma rã em água fria e aqueçam lentamente. A rã vai gostar, a mudança gradual de temperatura vai entorpecê-la, e quando ferver, ela já não poderá saltar porque estará morta." O fogo está aceso e é tanta água. Liga não, quando a primeira bolha subir você já não sente mais nada.
Gosto de praças de alimentação!
Já andei comentando a respeito com alguns amigos
O auge do consumo, não?
A ingestão daquele luminoso remonta ritos tribais
Devorar o inimigo a fim de apoderar-se de sua essência
Vemos os agrupamentos famigerados
Uns que estão pela mesma causa única
Uns indo além, não satisfeitos apenas com a coroa
Mutuamente o respeito não é mais o de outrora
Quem é que come quem?
A mastigação me faz pensar
Eu gosto mesmo de praças de alimentação!
bem-vindos!
depois de algum tempo ensaiando pra montar um blog, resolvi fazê-lo após a iniciativa de um amigo de também utilizar-se deste meio para "colocar e praticar alguns pensamentos".
sem muitas expectativas, vamos ver no que dá!