domingo, 30 de março de 2008

La Faute à Fidel!


Em português: A Culpa é do Fidel - 2006 (trailer). Acabei de assisti-lo! Faça o mesmo! Vá ver!
Vou tentar aqui não contar muito.

O filme se passa na França, nos idos de 1970. Conta a história de Anna, uma garotinha de 9 anos, e seus conflitos frente às mudanças ocorridas em sua vida. Em decorrência da ditadura de Franco na Espanha, sua tia e sua prima mudam-se para a França influenciando em todo o estilo de vida de sua família. Seus pais deixam de lado a vida burguesa, sua casa espaçosa, seus empregos (ele advogado e ela escritora da Marie-Claire) e começam a participar ativamente do partido comunista (ele empenhado em eleger Allende no Chile e ela num livro sobre o aborto). Obviamente, Anna e François (seu irmão mais novo), são afetados em todo grau possível em meio a todo o desenrolar da coisa.
Acho mesmo que o que mais chama a atenção é maneira com que a menina reage, quero dizer, um bombardeio de informações e ela tendo que se virar com aquilo tudo. Inicialmente,
todos mais ou menos falando a mesma língua: tem uma criação de 'lady', pais liberais, avós ultra-conservadores, a babá cubana contrária ao comunismo, a escola católica, etc. Com a entrada dos "barbudos" suas idéias começam a ser confrontadas: a babá grega que vem pra falar do surgimento do universo pela mitologia, os "vermelhos" com o 'espírito de grupo' demonstrando seu modo de compartilhar, etc. A grande sacada, na minha opinião, foi saber explorar as teorias infantis - inclusive as sexuais, dá-lhe Freud! É lindo ver como ela vai construindo e desconstruindo suas teses - a partir de alguns fragmentos de falas ou coisas que vê e de experiências que vivencia - na tentativa de dar sentido àquilo tudo que está acontecendo. E, por esse viés, a tentativa de dar sentido não é só por parte dela não. Em algumas passagens é visível o 'bater cabeça' dos pais com suas próprias indagações sobre que rumo tomar - e o reflexo disso em Anna.
O filme é catalogado como 'comédia', vi isso agora, após assisti-lo. E é mesmo engraçado. Mas é engraçado europeu gente, não é pastelão holywoodiano. Aliás, taí outra coisa que eu adorei no filme e é uma característica mesmo de filme europeu: economia. Economia no sentido de não haver desperdício de rolo mesmo. Não tem cena desnecessária, se tá ali é porque tinha que estar! Tudo contextualiza os conflitos. Sem encheção de linguiça.
Nota 1000 pra pequena protagonista Nina Kervel!

Ps: qualquer comentário de teor político-partidário influenciaria aqui em minha descrição e, consequentemente, diria mais do que o necessário. Procurei me ater ao impacto das mudanças na vida da menina, se me posicionasse contaria mais do que quero contar. Vejam o filme e depois discutimos.

sábado, 29 de março de 2008

Seu Negócio é Nosso Sucesso S/A


Essa é pra dar um show demonstrando know-how pros que dizem que nossos empreendimentos visam única e exclusivamente o lucro acima de tudo e de todos. Queremos mostrar que nos importamos com o meio-ambiente e seus habitantes. Frisamos que além de homens, somos indivíduos muito ser-humanos! E foi pensando no seu bem-estar que resolvemos colocar mais esta palavra com hífen em nosso comercial!
Se você está
cansado de se sentar no parque Barigüi e ficar esmolando a companhia de carpas alaranjadas, essa também vai pra você! Chega das palmeirinhas incólumes e imóveis do Jardim Botânico! Chega das carpinhas sem graça! Apresentamos nosso mais novo empreendimento: "Aqualung My Friend Don't Ya Start Away Uneasy - You Poor Old Sod, You See It's Only Me". Uma idéia revolucionária que irá mudar seu conceito de passear nas tardes de domingo! Aqui você verá os mais exóticos peixes ornamentais de toda a galáxia! Como o Esgilinardus Aduken (vulgo Coloridinho de Daltônico), o Pràceris Longíncuos (vulgo Suggy, ou Peixereca), e a nossa estrela, o Joelhus Facialës (o tão famoso Peixe-Joelho, ou Peixe-Cabeça-de-Dedão-do-Pé, vulgo Peixe-Boi).
Aproveite nossa promoção de inauguração*! Na compra de 2 convites pela bagatela de R$ 798,00 + assinatura de um termo de compromisso doando seus órgãos para Seu Negócio é Nosso Sucesso S/A Inc., você poderá desfrutar de momentos maravilhosos junto a seu acompanhante! Viu só que maravilha?! E não pára por aí! Mediante a doação imediata de um de seus rins você poderá mergulhar com nossos amiguinhos e tentar escapar pessoalmente da fúria do Peixe Nófobo!! Ainda não bastou? Tá legal! Se você gosta de música, for um dos 8 primeiros a chegar e tiver em mãos um dos filhos do Michael Jackson leva inteiramente grátis uma foto do musical Peiximbinha!!
E então?! Está esperando o quê?! Vem correndo aproveitar!!

É a nossa família fazendo de tudo pela sua!

O Presidente
Bill Très

Ps: lembrando apenas que se você quer reduzir o risco de infarto coma peixe cozido ou grelhado, nunca frito!

* bolsas de gelo e anestesista não inclusos no preço promocional de inauguração.

sexta-feira, 28 de março de 2008

cla-MÍDIA-rréia >>> ardido e mal-cheiroso


Extra! Extra!
Todo mundo que postou esta foto em seu blog usou a mesma legenda! E alguns talvez nem tenham notado o erro, copiando até mesmo isso! Eu não farei diferente! Achei muuuuuito fodão esse palco!

Cantores actuam num gigantesco palco no Lago Constancia durante um ensaio da Ópera de Giuseppe Verdi “Baile de Máscaras” a 15 de Julho. O design do placo sobre o lago mostra “A Morte” lendo o livro da vida.


Acabou seu tempo!

horário político

O PTN precisa de um redator, judiação. Em 5 minutos foram umas 3 ou 4 gafes gramaticais.

quinta-feira, 27 de março de 2008

cla-MÍDIA-rréia >>> ardido e mal-cheiroso


"Não sobre o amor" é a peça que estréia hoje no CCBB, Rio de Janeiro. O texto foi montado em cima do livro "Letters not about love" - que reúne cartas verídicas (e outras ficcionais) trocadas por Victor Shklovsky e Elsa Triolet. O Diretor é ninguém menos que Felipe Hirsch. Achei impressionante a estrutura cenográfica da peça, cuja responsável é Daniela Thomas. Além de diversas perspectivas, trechos das cartas e outras imagens são projetados no cenário. O ator Leonardo Medeiros, que vive o russo, diz que o mais complicado é passar a idéia de conforto ao público lutando pra não cair dos elementos cênicos (Arieta Corrêa na foto).
Eu ia dizer aqui "Se você mora no Rio aproveite pra conferir", mas como imagino não ter nenhum leitor do Rio de Janeiro deixo assim: se você conhece alguém que mora no Rio, avise; se estiver de passagem por lá, vá conferir! Quarta, quinta, sexta, sábado (em 2 horários) e domingo; o ingresso é só 10 mangos!
Por que diabos estou fazendo essa propaganda toda da peça?? Pelo simples fato de a Sutil Companhia de Teatro ter suas raízes em Curitiba (fundada por Hirsch, como podem conferir) e não estar por aqui pra dar as caras no Festival de Curitiba. Tô me batendo aqui com a programação pra assistir alguma coisa e só vejo coisa boa noutra cidade, noutro estado.
Agradeço por isso!

Acabou seu tempo!

Agora em silêncio

Sabe, acho que ninguém vai entender. Ou, se entender, não vai aprovar. Existe em nossa época um paradigma que diz: enquanto você me der carinho e cuidar de mim, eu vou amar você. Então, eu troco o meu amor por um punhado de carinho e boas ações. Isso a gente aprende desde a infância: se você for um bom menino, eu vou lhe dar um chocolate. Parece que ninguém é amado simplesmente pelo que é, por existir no mundo do jeito que for, mas pelo que faz em troca desse amor. E quando alguém, por alguma razão muito íntima, pára de dar carinho e corre para bem longe de você? A maioria das pessoas aperta um botão de desliga-amor, acionado pelo medo e sentimentos de abandono, e corre em direção aos braços mais quentinhos. E a história se repete: enquanto você fizer coisas por mim ou for assim eu vou amar você e ficar ao seu lado porque eu tenho de me amar em primeiro lugar. Mas que espécie de amor é esse? Na minha opinião, é um amor que não serve nem a si mesmo e nem ao outro.
Eu também tenho medo, dragões aterrorizantes que atacam de quando em quando, mas eu não acredito em nada disso. Quando eu saí de uma importante depressão, eu disse a mim mesma que o mundo no qual eu acreditava haveria de existir em algum lugar do planeta! Haveria de existir! Nem que este lugar fosse apenas dentro de mim... Mesmo que ele não existisse mais em canto algum, se eu, pelo menos, pudesse construi-lo em mim, como um templo das coisas mais bonitas que eu acredito, o mundo seria sim bonito e doce, o mundo seria cheio de amor e eu nunca mais ficaria doente. E, nesse mundo, ninguém precisa trocar amor por coisa alguma porque ele brota sozinho entre os dedos da mão e se alimenta do respirar, do contemplar o céu, do fechar os olhos na ventania e abrir os braços antes da chuva. Nesse mundo, as pessoas nunca se abandonam. Elas nunca vão embora porque a gente não foi um bom menino. Ou porque a gente ficou com os braços tão fraquinhos que não consegue mais abraçar e estar perto. Mesmo quando o outro vai embora, a gente não vai. A gente fica e faz um jardim, um banquinho cheio de almofadas coloridas e pede aos passarinhos não sujarem ali porque aquele é o banquinho do nosso amor, o nosso grande amigo. Para que ele saiba que, em qualquer tempo, em qualquer lugar, daqui a quantos anos, não sei, ele pode simplesmente voltar, sem mais explicações, para olhar o céu de mãos dadas.
No mundo de cá, as relações se dão na superfície. Eu fico sobre uma pedra no rio e, enquanto você estiver na outra, saudável, amoroso e alto-astral, nós nos amamos. Se você afundar, eu não mergulho para te dar a mão, eu pulo para outra pedra e começo outra relação superficial. Mas o que pode ser mais arrebatador nesse mundo do que o encontro entre duas pessoas? Para mim, reside aí todo o mistério da vida, a intenção mais genuína de um abraço. Encontrar alguém para encostar a ponta dos dedos no fundo do rio - é o máximo de encontro que pode existir, não mais que isso, nem mesmo no sexo. Encostar a ponta dos dedos no fundo do rio. E isso não é nada fácil, porque existem os dragões do abandono querendo, a todo instante, abocanhar os nossos braços e o nosso juízo. Mas se eu não atravessar isso agora, a minha arte será uma grande mentira, as minhas histórias de amor serão todas mentiras, o meu livrinho será uma grande mentira porque neles o que impera mais que tudo é a lealdade, feito um Sancho Pança atrás do seu louco Dom Quixote, é a certeza de existir um lugar, em algum canto do mundo, onde a gente é acolhido por um grande amigo. É por isso que eu tenho de ir. E porque eu não quero passar a minha existência pulando de pedra em pedra, tomando atalhos de relações humanas. Eu vou mergulhar com o meu amigo, ainda que eu tenha de ficar em silêncio, a cem metros de distância. Eu e o meu boneco de infância, porque no meu mundo a gente não abandona sequer os bonecos que foram nossos amigos um dia.
Agora em silêncio, tentando ensinar dragões a nadar.

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Esse, na minha opinião, é o mais belo dos textos desta linda menina-palavras chamada Rita Apoena.
Acho mesmo uma delícia essa pessoa e sua história! Estilo certeiro em arrancar suspiros. A sensibilidade das pequenas coisas. E das grandes também, como a dorminhoca da vovó que me enche os olhos d'água.
Faz tempo que a leio, mas tinha deixado de fazê-lo por um tempo. Voltei e deixo aqui como sugestão, recomendando novamente que se leia tudo o que for possível - se não tudo, ao menos o "
A menina e o arco-íris" ou "Sobre o aborto". Ah, deixa de preguiça e põe-se a ler, é indolor, isso eu garanto! Se não gostar volte pra reclamar, e, caso goste, volte mesmo assim pra dizer o que sentiu - se nada não precisa voltar, ok? Procure por Judith!

Embevece-te!

terça-feira, 25 de março de 2008

Querida,

fico bobo eu de vê

que comé que pode isso

de Recife a Curitiba, Pernambuco – Paraná

remetente de Marília o destino é o Bê

que sequer, sem se falasse

nem ao menos conhecesse

tava ali quase juntinho bem ao som de Itamá?


papel de cheiro ilustrado com figura

fala aqui de outro chão

tem o sol e tem estrela, passarinho a rodiá

e letrinha tudo junta que mostra da belezura

desse mundo ponto-com

(tem até abraço bom)

me encantando do momento de podê compartilhá


quisera agora tê um dom tão precioso

como o povo desse disco

que, ou com ou sem sotaque, se aventura em cantá

além da ponte entre nós e o saudoso

tem também boa vontade

por isso te peço: aguarde!

é o tempo de uma lua, rapidinho vai chegá!


Muitíssimo Obrigado!

segunda-feira, 24 de março de 2008

durante o jogo

"Muco ocular da coruja"

- Robinho e seu recurso tradicional no dicionário, ganhando votos sempre

quinta-feira, 20 de março de 2008

Orquestra Imperial


Abertura do Festival de Teatro de Curitiba.
Tudo começou com o show da Orquestra Maria Faceira! Sim, Maria Faceira, engano meu achar que não, desculpem. Clássicos do samba e do choro executados com a melhor qualidade! Foi minha primeira vez e espero tornar vê-los em breve! Beijo especial pra Rose, de quem sou fã confesso!
Vamos à Orquestra Imperial. Começo anunciando uma reviravolta em minhas expectativas pré-show: Wilson das Neves não vem, mas a rapaziada vai estar toda aí. Errei de novo. Amarante não apareceu e, em contrapartida, Sr. Wilson foi um show à parte [foto]. Cantou, tocou bateria, mas permaneceu maior parte do tempo na percussão azeitando o som na cuíca, tamborim, surdo e afins.
Swing e balanço não faltaram, claro! Repertório animado de não deixar ninguém parado!
É difícil ter o que falar de um dream team como este. Num balaio de músicos com vasta experiência de palco, estúdio e produção não vejo muitas possibilidades de a coisa sair mal feita. Cozinha bem arrumada e muito bem arranjada. Legal ver o Kassin no contrabaixo! Até onde eu sei ele não é baixista de samba, outra pegada, outra quebrada. Nota 10 pra metaleira! Os vocais eu nem sei se preciso comentar: além do mestre Wilson, Rubinho Jacobina, Max, Moreno Veloso e as pérolas, uma branca e uma negra, hora crooners hora estrelas, Nina e Thalma. Vozes, tons, cores e muita animação.
Taí um show pra ver e rever sempre! Eu recomendo!

Orquestra Imperial




segunda-feira, 17 de março de 2008

enquanto isso na mesa ao lado...

Ó: "Rapaz, você sabe que eu nunca precisei fazer canal.. Nunca tive nenhum problema deste tipo.."
E: "É mesmo? Com licença, preciso ir..." [sai apressado quase derrubando a cadeira]

- diálogo entre rapaz de óculos e seu estranho acompanhante que ao ouvir falar em canal corre o máximo que conseguir.

woke up drawing today

woke up drawing today

sábado, 15 de março de 2008

Companhero

Ê cumpadre! Gostou da baruiêra que aprontamo pra Consoleza Arroz? Foi bunito hein.. Todo mundo chacoalhando as bandera vestido de preto! Só não entendi se nós tamo contra ou a favor dos princípio dela.. O sinhor sabe que de política eu não entendo muito não.. Passou um caminhão falando que a gente devia ir pra lá e a gente fomo.. Mas tinha uns que falava que ela veio pra cá por conta que tá cabando a água dos Estado Unido, aí pensei que como já tão fazendo as transformição do São Francisco, podia dá uma esticadinha até esses otro estado tamém e já que são unido fica mais fácil.. Tinha otros pessoal que tava lá que nem eu, sem entender nada, o caminhão chamou e nós montamo em cima, só pra sair nas foto do jornal.. Tinha até uns que tava falando que a moça tinha vindo pra cá por causa da Colômbia e dos Oriente Médio mas disso eu desconfio, por causa de quê que ela ia vim aqui pra falar desses lugar? que fosse pra lá então né não? Só sei que tinha um monte de união de estudante e isso eu sei que é importante porque já te vi falando com esses pessoal faz tempo.. E se são estudante são estudado! Maravía!
Mas é isso aí companhero, despois a gente botamo o papo em dia.. Aí cê me conta tudo, já que foi co'cê que a moça falou..
Abraço Apertado!

quinta-feira, 13 de março de 2008

cla-MÍDIA-rréia >>> ardido e mal-cheiroso

"Aulas sobre a história e cultura indígena passam a ser obrigatórias nas escolas" é a manchete que acabo de ver no site O Globo Online. A nova lei visa colocar na grade curricular do ensino médio e fundamental, em escola públicas e particulares, uma matéria específica sobre este grupo étnico - e incrementar a anterior de 2003 "que já previa a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira em todas as escolas".
Até aí tudo bem, nada contra a idéia, muito pelo contrário. Não só hoje, mas principalmente em nossos dias, com a questão da globalização já efetivada, um resgate às raízes no sentido do fortalecimento de uma identidade cívica não seria nada mal. Estamos tão impregnados das culturas indígenas e africanas quanto das culturas européia - reconhecidos como nossos fundadores - e, até mesmo, a norte-americana. Vide como um mero exemplo ilustrativo o nome de inúmeras cidades [Curitiba - Curi'i ty(b) ba - "lugar onde existem (aglomerados de*) pinheiros" em língua guarani]. Bonitinho né? Só que, obviamente, em se tratando de cultura, o conteúdo deverá ser muito mais elaborado que nomes e datas. Aí é que fica aquela velha pulga que não deixa minha orelha em paz nem com coleiras ou xampus específicos. Explico:
Sinceramente não sei se eu ando ressabiado demais com tudo, ou se tá todo mundo assim também, enfim.. Sinto que de forma geral os discursos têm se enfraquecido e se tornado cada vez menos passíveis de crédito. Paranóias à parte, slogans do tipo "sou brasileiro e não desisto nunca", "Brasil, um país de todos", etc. não me cativam, ao invés disso, têm me soado como patriotismo espúrio socado goela abaixo de quem queira engolir - e haja laxante pra soltar tudo depois! E é justamente aí que reside meu temor com relação a tais conteúdos a serem administrados. Em vistas de como anda a doutrina gramscista implementada à base de sua 'lobotomia homeopática', não vejo porque não fazer de tais grupos étnicos novas bandeiras a serem levantadas e aclamadas por anonimozinhos e mais anonimozinhos pelo país.

Porém, assim como com relação ao Sesc 'Caixa de Skinner', espero estar completamente equivocado em meu palpite novamente!

“Providenciem escudos, bandeiras, tranqüilizantes, anti-ácidos, antifiséticos e reguladores intestinais. Amem.

TOM ZÉ


P.S.

A sociedade vai ter uma dor de barriga moral
O mesmo”

(
Tom Zé (1968). Palavras da Contracapa. Tom Zé. Avaliable: http://www.tomze.com.br/pcd68.htm).

* entre parênteses complementação minha.

Acabou seu tempo!

terça-feira, 11 de março de 2008

Barna

Semana passada [de 06 a 09] teve show do Arrigão e "Patife Band" aqui. Já começo pelas aspas: por que diabos colocar "Patife Band" no cartaz se o show foi "Paulinho Barnabé"??? Ok, foi legal! 4 ou 5 músicas só, mas foi legal! Só fiquei frustrado com relação às minhas expectativas punks...
E o Barna? Daquele jeitão de sempre... hehehehe.. O show dele foi piano e voz [ele e o Paulo Braga, que aliás é foda também hein..]. Cantar pra quê? E dá-lhe piano! Nem pelota pra nada.. Contou uma piada bebericando seu uísque - entre duas músicas que ele mesmo definiu como bregas - só pra quebrar o gelo e quem acabou rindo foi ele mesmo da cara do público durante a apresentação. Lançou em certo momento uma frase do tipo "a gente se perde mas a gente se acha", deixando a dúvida no ar se estava se referindo aos eternos improvisos que apareciam e se resolviam, ou o "se achar" concernente à sua arrogância padrão de baixar a cabeça e tocar um foda-se pra quem tá ali assistindo. Na minha opinião cabe os dois! Até onde eu sei sempre foi assim, vai mudar agora? Ainda pontuou bem o amigo André [que inclusive me presenteou com o ingresso!]: "o cara faz um som desse, tem mais é que não tá nem aí pra ninguém mesmo.."
Eu gostei! Gosto do som do cara e achei legal mesmo! Ao contrário de alguns que esperaram à primeira salva de palmas pra sair correndo do teatro [acontece né gente.. povo desavisado.. deviam ter ganho o ingresso como premiação de funcionário do mês e foram achando que Arrigo Barnabé era música caipira...].
Vou de novo as soon as possible!

segunda-feira, 10 de março de 2008

essa foi na minha mesa mesmo

"Você estava no mesmo elevador que eu quando ouvi isso?"

- Rodrigo 'Cuiabá'

Parental Advisory

Este selo começou a pintar nas capas de discos com conteúdos ditos impróprios [letras temperadas com temas sexuais, violentos ou referentes à álcool e drogas], como aviso aos pais. Quem encabeçou a idéia do "Parents Music Resource Center" em 1985 foi Tipper Gore, esposa de Al Gore, e reza a lenda que tudo aconteceu porque um dia ela chegou em casa e sua filha adolescente ouvia o disco "Purple Rain" do Prince - disco rotulado de "sexista, juvenil e mentecapto". Pois bem, feita a introdução, gostaria agora de ir direto ao ponto: Se você não tem maturidade e/ou é sexualmente reprimido pule este post e leia qualquer outro.
Fui conferir a reforma no myspace dos Zombeteiros [de quem falarei dentro em breve pois eles voltaram à ativa!] e acabei encontrando 3 na massa.

"Eu não consigo me controlar
Tenho o demônio da carne no corpo
Sonho acordada na escuridão da minha cela
Utilizo os dedos pra provocar sensações proibidas
Eu não sei explicar como isso acontece
Eu sinto um formigamento percorrer o meu corpo
E algo se desprende e caminha em direção a você"
- Pecadora, interpretada por Simone Spoladore.

Gostei bastante do som! Trata-se de um trio composto por Rica Amabis e os 'Zumbis' Pupillo e Dengue. A proposta foi o que mais me surpreendeu: "mulheres falando de suas experiências amorosas com homens (ou não...) que marcaram as suas vidas de algum modo, seduzindo, ou sendo seduzidas, pervertendo ou sendo pervertidas por estes(as)". Sensualíssimo! A mulherada quebrou tudo! As convidadas: Leandra Leal [cujo esposo Lirinha, do Cordel, participa com pitacos], Céu, Cyz [jurada do programa Ídolos], Karine Carvalho, Pitty, Thalma de Freitas e - a deliciosa! - Nina Becker [as duas últimas integrantes da Orquestra Imperial - inclusive Amarante também participa no disco], além de outras cantoras e atrizes.
Pontos fortes: "Pecadora" [supracitada] e "Quente Como Asfalto" com Cyz.
Água na boca!
Taí pra quem quiser degustar!

domingo, 9 de março de 2008

Leitura sugerida

Tenho há algum tempo acompanhado e discutido com meu amigo Guilherme - mais aprendendo que ensinando - sobre os acontecimentos políticos atuais - e anteriores - referentes à América Latina - e não somente a ela. Hoje li, e deixo como sugestão, o artigo "O cerco à Colômbia" do já citado Heitor de Paola. E para situar melhor a leitura, confiram também: As raízes históricas do Eixo do Mal Latino-Americano, dividida em 5 partes; e a sequência: A colheita - O Eixo do Mal Latino-Americano, dividida em 3 partes; todos do mesmo autor. Enfatizo como indispensáveis algumas das informações ali contidas para contextualizar o rebuliço 'Chávez & Correa X Uribe', e não apenas este, mas o rebuliço internacional presente em todos os noticiários.

E já que estou fazendo esta sugestão, aproveito para deixar mais duas específicas:
O uso político da psiquiatria: a luta anti-manicomial (Iraci Schneider)
A invasão gramscista na psicanálise brasileira (Heitor de Paola)

E mais três não específicas (leia tudo que conseguir!):
http://www.midiasemmascara.com.br/index.php
http://www.olavodecarvalho.org/index.html
http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/

Divirtam-se!

sábado, 8 de março de 2008

Móveis Coloniais de Acaju

Conheces? Então, só vou deixar um vídeo aqui dos caras. Na minha opinião essa é a melhor música da banda: "Aluga-se-vende". Apesar do corte do início e da baixa qualidade do vídeo, gostei demais por causa da emenda que eles fazem no final com "Glory Box" do Portishead. Pertinente na harmonia e na letra!
Procure também o vídeo deles tocando "Eu também vou reclamar" que rolou naquele especial do Raulzito na globo porque eles roubaram a cena!

Confira!

Esses caras tão demorando pra pintar aqui por Curitiba viu...

quinta-feira, 6 de março de 2008

cla-MÍDIA-rréia >>> ardido e mal-cheiroso

EXTRA!!! EXTRA!!!
João Victor Portellinha de Oliveira é aprovado no curso de Direito da UNIP (Universidade Paulista) e já se matriculou!!!
Disse que a prova estava 'tranquila', e ainda, estudou uma semana antes da prova!!! Seu sonho é ser Juiz Federal!!!
E daí??? Daí nada!!! O recém-aprovado tem 8 anos e cursa o 5º ano do ensino fundamental!!!

Conclusão: Não mande seu filho para a Escola Sesc no Rio de Janeiro e sim para Goiânia!!!

Acabou seu tempo!

quarta-feira, 5 de março de 2008

cla-MÍDIA-rréia >>> ardido e mal-cheiroso

Tá legal, acaba de ser lançado um "projeto inovador", a Escola Sesc de Ensino Médio, no Rio de Janeiro. Todo mundo mora junto na escola e a idéia é que os alunos tenham o corpo docente à sua inteira disposição em tempo integral. Duas coisas me saltam à mente quando vejo isso, a primeira delas é justamente a questão levantada por meu amigo Guilherme: "Por que essa concepção de que para o aluno ser bem educado tem de permanecer em contato com o estudo e professor o tempo todo?" A segunda é o Panóptico de Bentham, citado por Foucault. Claro, existem diferenças entre os dois projetos - penso até um ser o avesso do outro em alguns pontos: o Panóptico aparece como um depósito de loucos, leprosos, operários e alunos atrasados (a Contracidade); não acredito que a seleção da Escola Sesc tenha sido feita de baixo pra cima (a Sociedade Perfeita). Mais um contraponto é o econômico: o Panóptico visa 'mais-produção' com menor gasto, enquanto o Sesc gastou 94 milhões em 176 estudantes. Tirando isso, enfatizo a exclusão social e a alienação decorrente da mesma. Assistam ao vídeo e confiram o que diz o professor, ele está mais perdido que os alunos. E a convicção da diretora? Se isso "é o que tem que ser feito" acho mesmo que vou mandar pra eles meu histórico escolar, não posso ficar fora dessa!!
“...o Panóptico pode ser utilizado como máquina de fazer experiências, modificar o comportamento, treinar ou retreinar os indivíduos. [...] Tentar experiências pedagógicas [...]; poder-se-ia verificar se, como pensa Helvetius, qualquer pessoa pode aprender qualquer coisa; poder-se-ia acompanhar ‘a genealogia de qualquer idéia observável’; criar diversas crianças em diversos sistemas de pensamento, fazer alguns acreditarem que dois e dois não são quatro e que a lua é um queijo, depois juntá-los todos quando tivessem vinte ou vinte e cinco anos; haveria então discussões que valeriam bem os sermões ou as conferências para as quais se gasta tanto dinheiro [...]. O Panóptico é um local privilegiado para tornar possível a experiência com homens, e para analisar com toda certeza as transformações que se pode obter neles” (FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da Prisão. Petrópolis: Ed. Vozes, 1987, p.168-169).

Espero estar totalmente equivocado com relação a essa iniciativa do Sesc!

Acabou seu tempo!

segunda-feira, 3 de março de 2008

enquanto isso na mesa ao lado

".. o complicado dos 30 é que daqui há 10 anos o toque vira um exame de rotina.."

- Amiga sacana

Dias Piores

atrás da porta o vazio. De longe ouvia o 1o movimento – allegro ma cantabile – de seu disco preferido. Num ímpeto salta da cama e, ao olhar para o chão, dunas. Sabe que são dunas porém, o que faziam ali não importa.

Sente-se só. Sai para caminhar. Percorre um trecho sem pensar, apenas caminha. Ainda ouve aquela música, suave, branda, de nada quer saber e o que sabe é que não compreende aquilo tudo. Avista um galpão e vai em sua direção. Cada passo dura uma eternidade e quanto mais se aproxima, tem a impressão de que mais distante está. Cai.

Tudo escuro quando desperta. Quer levantar mas não consegue. Ouve uma sirene e apaga novamente. Adormecido, sonha com o dia em que vai acabar. O que é seu, e o que não é; o que viu, e o que deixou de ver; o que passou, e o que se fez passar; o que gritou, e o que calou; o que viveu, e o que teve que morrer para viver; o que ficou, e o que carrega consigo; agora é nada, acabou.

O amanhecer é doloroso. Todo o calor do mundo é sentido como seu. A dor quase insuportável de abrir os olhos e ter a estranha sensação de estar vivo. Seu desejo é este, a dor. Faz frio, cada nervo de seu corpo traduz o que sente entre espasmos e gemidos. A angústia do ser que não é. Mesmo que fosse, pouco seria. Um grão, é o que é. Ínfima parte de montanhas de grãos que à menor brisa se esvaem em um ciclo infinito do pertencer ao sujeitar-se.

A música não é mais doce, o fel da existência lhe traz a lembrança de dias melhores. Dias que não viveu, achou que seria melhor fazer outra coisa. Junta um punhado de areia nas mãos e coloca no bolso. O galpão parece mais próximo agora. Está cansado, daria metade do resto da vida que tem para não estar. Queria sentir-se jovem, poder correr ou fugir. Não pode.

As luzes se acendem, é hora do sol se pôr. A fumaça atrapalha sua vista. Os ponteiros preguiçosos do relógio já não o acompanham. Não queria estar ali. Preferia como era antes, seria bom se fosse como antes. Impossível! Então sorri. Seu sorriso se transforma em risada. Da risada uma gargalhada, daquelas de provocar lágrimas. Das lágrimas o choro e, de novo, ao delírio.

Silêncio, calmaria, cores, tons e texturas. Tudo se confunde criando a ilusão. Tudo o ilude criando confusão. O telefone toca, é alguém querendo se encontrar, alguém que precisa se encontrar, e ao final manda um beijo. Isso, talvez seja isso que queira. Um beijo. Um anestésico. Já não quer sentimento, prefere sentir. Senta e olha o céu. Só a lua lhe faz companhia. Coloca os cotovelos nos joelhos, debruça-se sobre os braços e ali fica. À espera do dia, de um novo dia.

enquanto isso na mesa ao lado

"pensar dói, mas causa um prazer.."

- Distinto senhor de cabelos brancos e camisa azul

sábado, 1 de março de 2008

I'm lil bit of

Turn off your mind, relax and float down stream,
It is not dying, it is not dying

Lay down all thoughts, surrender to the void,
It is shining, it is shining.

Yet you may see the meaning of within
It is being, it is being

Love is all and love is everyone
It is knowing, it is knowing

And ignorance and hate mourn the dead
It is believing, it is believing

But listen to the colour of your dreams
It is not leaving, it is not leaving

I'll play the game "Existence" to the end
Of the beginning, of the beginning

.
Do you feel the same??