quinta-feira, 13 de março de 2008

cla-MÍDIA-rréia >>> ardido e mal-cheiroso

"Aulas sobre a história e cultura indígena passam a ser obrigatórias nas escolas" é a manchete que acabo de ver no site O Globo Online. A nova lei visa colocar na grade curricular do ensino médio e fundamental, em escola públicas e particulares, uma matéria específica sobre este grupo étnico - e incrementar a anterior de 2003 "que já previa a obrigatoriedade do ensino sobre história e cultura afro-brasileira em todas as escolas".
Até aí tudo bem, nada contra a idéia, muito pelo contrário. Não só hoje, mas principalmente em nossos dias, com a questão da globalização já efetivada, um resgate às raízes no sentido do fortalecimento de uma identidade cívica não seria nada mal. Estamos tão impregnados das culturas indígenas e africanas quanto das culturas européia - reconhecidos como nossos fundadores - e, até mesmo, a norte-americana. Vide como um mero exemplo ilustrativo o nome de inúmeras cidades [Curitiba - Curi'i ty(b) ba - "lugar onde existem (aglomerados de*) pinheiros" em língua guarani]. Bonitinho né? Só que, obviamente, em se tratando de cultura, o conteúdo deverá ser muito mais elaborado que nomes e datas. Aí é que fica aquela velha pulga que não deixa minha orelha em paz nem com coleiras ou xampus específicos. Explico:
Sinceramente não sei se eu ando ressabiado demais com tudo, ou se tá todo mundo assim também, enfim.. Sinto que de forma geral os discursos têm se enfraquecido e se tornado cada vez menos passíveis de crédito. Paranóias à parte, slogans do tipo "sou brasileiro e não desisto nunca", "Brasil, um país de todos", etc. não me cativam, ao invés disso, têm me soado como patriotismo espúrio socado goela abaixo de quem queira engolir - e haja laxante pra soltar tudo depois! E é justamente aí que reside meu temor com relação a tais conteúdos a serem administrados. Em vistas de como anda a doutrina gramscista implementada à base de sua 'lobotomia homeopática', não vejo porque não fazer de tais grupos étnicos novas bandeiras a serem levantadas e aclamadas por anonimozinhos e mais anonimozinhos pelo país.

Porém, assim como com relação ao Sesc 'Caixa de Skinner', espero estar completamente equivocado em meu palpite novamente!

“Providenciem escudos, bandeiras, tranqüilizantes, anti-ácidos, antifiséticos e reguladores intestinais. Amem.

TOM ZÉ


P.S.

A sociedade vai ter uma dor de barriga moral
O mesmo”

(
Tom Zé (1968). Palavras da Contracapa. Tom Zé. Avaliable: http://www.tomze.com.br/pcd68.htm).

* entre parênteses complementação minha.

Acabou seu tempo!

Um comentário:

Anônimo disse...

uma moção de repúdio ao uso em contexto semântico pejorativo da caixa de skinner.

=P