domingo, 13 de abril de 2008

Amy de Amsterdam

Domingão. Dia arrastado esse de hoje. Talvez pelo ritmo dos anteriores. Nada de útil! Roupas limpas, almoço tranquilo, tudo bem ajeitado ao som de Amy Winehouse. Quem tinha me cantado a bola foi o mólêrn Léozinho, mas quando ele me falou da tal moça eu tava numa daquelas etapas-total-xenófobas que por vezes me pego, cheguei a verbalizar isso pra ele. Que bom que ele sabe que não foi nada pessoal, ele me conhece, sabe que eu posso ser mais intransigente que um animal faminto. Enfim..
Amy da brasa dos brutos na coxa, ouvi o ao vivo em Amsterdam que ela gravou. Não tinha nem olhado pra cara dela até então, fui direto no som. Retrô, sessentista, é notório do início ao fim - depois me informei que ela curte mesmo uma pancada de girls-groups desses tempos. Aliás, rola um figurino à altura, etc, etc. Em algum lugar alguém disse que seus trajes são como os de uma meretriz de décadas atrás. Vi também comentários bastante divergentes a seu respeito, só fiquei intrigado com o fato de quem mete o pau não faça nenhuma avaliação do som, simplesmente dizem não ouvir por se tratar de uma drogada à beira da morte. Inclusive, com relação ao potencial auto-destrutivo, tenho que concordar que ela tem a manha. É Amy dos dentes rangendo. Tem até um site que promete um iPod pra quem acertar a data de sua morte. É mole? Pelo pouco que encontrei dela deu pra sacar que ela faz parte do seleto grupo "clínica geral", usa de tudo - mas tudo mesmo!
Pois é, seria a pressão de lidar com o sucesso cada vez maior? Sei lá.. Sei que o som é legal sim. Nessa praia chamada neo-soul ou neo-jazz ou vários outros neo que não o do Matrix. Ela tá aí ganhando espaço na mídia não é só por causa dos estardalhaços da cama, da cana, fulana, sacana. Voz negra, sem aquela
firulera toda tão presente em outras cantoras, achei bem objetiva. E parece estar pouco se importando com o falatório, escreve o que quer e manda ver - outro ponto positivo na minha opinião, ela escreve suas letras. A banda é bem bacana também, arranjos com uma boa base de piano e metais, batera de pulso firme. O 1º disco (foto), Frank de 2003, é menos pop. Na música Moody's Mood For Love, ao término do 21º segundo ela dispara uma frase que eu devo ter voltado pra ouvir umas 17 vezes, bem guita jazz, gostei dessa. Tem uma pegada irreverente daquelas que ou domina o gogó ou deixa quieto, vide Cherry do álbum ao vivo. Ainda deste álbum baladinhas melancolicamente saborosas como Wake Up Alone e Love Is a Losing Game, e as máximas Back to Black (com aquela paradinha de deixar neguinho no vácuo) e Rehab (da Amy dos olhos enxutos).
Que ela vai acabar mesmo se arrebentando é um fato, mas uma pena.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nunca ouvi, só vi, ocasionalmente, uma ou outra polêmica sobre drogas ou sexo não-ortodoxo. Pensei ser apenas mais um hype do mundos transviado dos chóvens.
Mas agora que você ta recomendando, vou baixar alguma coisa da moça...